terça-feira, 5 de junho de 2007

A Segunda Actuação

Depois da primeira actuação, as expectativas dos coralistas ficaram em alta e, rapidamente, marcou-se a data do próximo concerto do Grupo Coral João Mendes - Natal de 2005.
Em cerca de mês e meio, ensaiou-se um pequeno repertório com algumas simples e bonitas canções de Natal (diga-se, a propósito, que todas as canções estão harmonizadas para quatro vozes mistas - SATB - excepto «Jesu Salvator Mundi» de Menegali - SAB):
"Cantem, cantem os Anjos" de Manuel Faria;
"Jesus Nasceu" de G. F. Haendel - extraído da sua famosa oratória «O Messias», numa versão em português do Maestro Luís Claudino Vieira;
"Adeste Fideles" numa harmonização de John F. Wade;
"Jesu Salvator Mundi" de Menegali;
"O Menino está dormindo" do repertório tradicional do Alentejo, desta feita numa toada decididamente calma (em oposição à forma como tradicionalmente se interpreta), harmonizada pelo Maestro Luís Claudino Vieira;
e, finalmente, aquela que todos os coralistas elegeram como sendo a jóia da coroa, "Natal de Elvas" de Mário de Sampayo Ribeiro.
A propósito deste autor, aqui vai:

Mário de Sampayo Ribeiro nasceu a 4 de Dezembro de 1898 (faleceu em 1966) em Lisboa.
Espírito irrequieto e multi-facetado, por sensibilidade e educação, sentiu-se irresistivelmente atraído para o mundo da Arte e da Cultura, entregando-se ao estudo pessoal da composição e investigação histórica musical, à arqueologia, à etnografia e à crítica histórica e literária. Fazendo jus à tradição cultural e humanística do final do chamado século das luzes, dominou um vastíssimo número de conhecimentos, possuindo em muitos deles a mestria dum verdadeiro especialista. Não se contentando com o estudo da música, actividade em que aplicou a fundo toda a sua energia como verdadeiro cientista e investigador, escreveu obras para canto e piano, para piano e violino e para orquestra. Mas, desejoso de testar in vivo o resultado do seu labor produtivo, criou um extraordinário agrupamento coral denominado Polyphonia, que obteve no campo da execução musical assinalados êxitos, chegando mesmo a ser considerado pela crítica um dos melhores coros da Europa. O Polyphonia realizou durante vinte anos, 250 audições em Portugal e Espanha, contando no seu repertório mais de cem composições de origem portuguesa, grande parte delas reconstituídas, interpretadas, comentadas e harmonizadas por Sampayo Ribeiro, que no seu labor de musicólogo procurou averiguar se a música antiga tinha ou não colorido, se era triste, suave, alegre ou rude. Da vasta bibliografia de Mário de Sampayo Ribeiro que se encontra publicada no Boletim da Academia Portuguesa de História constam cerca de 250 das suas obras mais notáveis, destacando-se as monografias dedicadas à Obra Musical do Padre António de Figueiredo (1932), a Damião de Góis na Livraria Real de Música (1935), à Música em Portugal nos Séculos XVIII e XIX (1938) e ao notabilíssimo e discutido estudo dedicado às «Guitarras de Alcácer» e a Guitarra Portuguesa (1936). Dos clássicos, estuda com especial profundidade Marcos Portugal, Carlos Seixas, Luisa Todi, e El-Rei D. João IV.

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